quinta-feira, 28 de abril de 2011

Capítulo 2


    Quando se deu conta que tinha caido feio no chão e algumas pessoas estavam olhando pra ela, Gabriela começou a ficar vermelha e com umas manchas na mão.
    - Está tudo bem, não foi nada. - disse ela com uma voz baixa e gaguejando.
    Felipe tinha mãos grandes e braços compridos, ele pegava dois livros de uma vez só. Gabriela não se dizia ser "tiete de Felipe" muito menos uma menina tola e apaixonada por um canalha. Mas o que ela sentiu não foi comum, tudo bem que ela estava no chão, com muitas pessoas olhando, e isso fazia seu coração acelerar.
    - Nossa, era só pra ser uma brincadeira, não leve isso a sério, nem vi você passar na minha frente. - Felipe se levanta e estende a mão para ajudar Gabriela a se levantar.
    Gabriela tímida e orgulhosa levanta sozinha e sai correndo, deixando Felipe sem entender e se achando por pensar que aquela menina estava tímida por estar perto dele. Ela não aceitava ter dado a entender pra Felipe e para outras pessoas que era mais uma boba apaixonada por ele.
    Em quanto isso, uma líder de torcida alta, loira, com um belo corpo, rosto perfeito, e que andava chamando atenção de todos os garotos e garotas passou por ali.Seu nome era Laura, e sim, ela era outra garota que já teria ficado com Felipe, e com quase todo o time de futebol. 
    - Que engraçadinha ela né, Felipe - Mandy ria com Felipe que ria junto com seus outros amigos.
    -Ah, coitada da garota... - respondeu Felipe.
    - Pô Felipe, essa foi boa cara. - dizia Lucas, atacante do time de futebol.
    Felipe deu um riso meio sem graça por ter feito a moça passar vergonha, mas não demonstrava isso, ele só queria se aparecer mostrando que agora estava conquistando até as nerds. Nesse meio tempo em que seus amigos ficavam rindo, bateu o sinal e ele saiu.
    Gabriela ficou no banheiro até bater o sinal, quando estava saindo do banheiro, Laura apareceu, quase "atropelando" Gabriela. E foi logo pra frente do espelho pra passar seu gloss.
   Laura tinha aparência de ser uma pessoa que se acha, que não gosta de ninguém e que não da a mínima importância para as pessoas que passam como fantasmas nos corredores do colégio. Mas ela era doce, tinha um charme que não dava pra resistir, e tinha um coração bom, gostava de ajudar - sempre as suas amigas, mas gostava disso - e reconheceu a menina que estava assustada saindo do banheiro.
  - Ei ei ei ei, eu conheço você!
  - Conhece? - disse Gabriela com a voz baixa.
  - Sim, eu estava lá com Felipe, e vi seu tombo. - deixou escapar uma risadinha.
  - Ah, tá. - e logo foi saindo.
  - Não, espera, pera aíii! Qual é seu nome?
  - É Gabriela. -baixou a cabeça e saiu.
  - Ata, o meu é Laura!
  Gabriela nem ouviu direito o nome daquela criatura que se importava demais com sua aparência e seu corpo, e que ficava se aparecendo e se fazendo por ai. 
  Antes de chegar na sala, ela viu um recado no lado da porta que dizia que o professor de português teria sofrido um acidente e que ficaria dois meses afastado. Em baixo estaria os nomes dos alunos e as salas para quais eles deviam ir agora. Sua aula agora seria com a professora Fátima, de português.
   Logo que entra na sala a professora toda animada pergunta qual é seu nome.
   - É Gabriela. - diz ela com uma voz mais baixa ainda.
   - Ok Gabriela, se sente ao lado de Felipe, ele é um ótimo aluno por aqui e sei que ele vai te ajudar muito, ele conhece tudo por aqui, e talvez ele possa te mostrar o colégio.
   Gabriela tenta discutir sobre isso, mas nem acha voz dentro dela para falar algo de tão irritada e envergonhada que ficou... Ao sentar no lado de Felipe, ele diz:
   - Olá Gabriela, acho que já nos conhecemos, não é? E acho que você também já me conhece muito bem, afinal sou o mais popular daqui. - riu, e Gabriela corou - Estamos na página 147.
   Gabriela estava nervosa, ela nunca ficou tão próxima assim de uma pessoa da escola. Ela pega o livro e forma uma cortina com seu cabelo, que não deixava Felipe ver seu rosto. Com o canto dos olhos, ela olha para Felipe disfarçadamente e gela ao ver que Felipe estava tentando ver seu rosto através da cortina que seu cabelo formava. 

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