sexta-feira, 29 de abril de 2011

Capítulo 3


     - Na medida do possível... - falou Gabriela em tom baixo e sem virar o rosto
     Felipe coloca o cabelo de Gabriela atrás da orelha, e vê que ela fica corada. Gabriela não aceita tanta ousadia de um rapaz que ela mal conhece e nem tem tanta intimidade pra ele se quer tocar nela. Ela só vira o rosto, com muita raiva, ela odeia esse moleque.
     - Que foi, linda? - ele deixou soltar uma risadinha.
     Ai mesmo que Gabriela se irrita. Logo quando bate o sinal, Gabriela pega suas coisas e só ouve Felipe falar "onde vai gatinha?", mas o ignora. Gabriela fica no ponto do ônibus esperando ele passar, e vê sua mãe no carro com outro cara passando na frente do colégio e nem deu carona pra ela:
     - Mas que droga - pensa um pouco alto.
     Quando chega em casa, larga suas coisas no chão e se deita no sofá, e lembra de tudo que passou hoje. Logo ouve as patas de Tob no piso e vê aquele cachorro folgado que ela amava sentado no chão pedindo para brincar.
      - Cê quer brincar é, vai pegar a bolinha, Tob.
     Gabriela pega a coleira de Tob para sair, mas antes deixa um bilhete na geladeira que dizia "Obrigada pela carona mamãe, estou passeando com Tob, acho que tem lanche na geladeira, estou sem fome, pode comer tudo. Beijos.".
      Tob fica todo agitado quando sai da porta, empurrando Gabriela pra tudo quanto é lado. Gabriela passa pelas ruas do seu próprio bairro quando vê uma equipe cheia de homens caminhando, como se estivessem fazendo exercícios... Ela rezava para que não fosse o time de futebol do colégio, mas quando vê o grupo se aproximar e vê o emblema do colégio que ela estudava. 
      Quando o grupo se aproxima, ela consegue identificar os rostos que estavam ali, ela ja conseguia ver Felipe na frente de todo mundo, como sempre, se achando o máximo. Felipe também percebe que ela está lá, e Lucas já começa a contar pro pessoal quem era a garota... Quando o grupo passa, Tob se assusta e sai correndo atrás dos garotos, e dá um puxão em Gabriela que é obrigada a soltar a coleira. Tob sai correndo atrás de todos os jogadores, e morde a perna de Vitor.
       Vitor era um bolsista da sua escola, alto, loiro, que era cheio de sardinhas. As garotas não eram apaixonadas por ele, como eram dos outros jogadores, talvez por que ele fosse bolsista. Vitor jogava futebol muito bem, o time fazia questão de tê-lo como jogador.
      Ele cai no chão e o cachorro continua latindo para os outros jogadores. Gabriela sai correndo e pega a coleira de Tob e , de modo tímido, pede desculpas aos jogadores. Quando ela vê que Tob machucou Vitor, ela vai ajudar ele a se sentar em um banco que tinha logo a frente:
     - Ai meu Deus, me desculpe! - ela fala bem rápido e com a voz trêmula, pegando Vitor pelo braço e colocando ele no banco.
     - Não foi nada, isso acontece. Só doeu um pouco na hora, agora já passou.
     - Ta bom então. - ela sorri pra ele de forma meiga.
     Vitor sai correndo para acompanhar o resto do time que não teria esperado ele se recuperar, ele olha para trás e fala pra Gabriela:
     - Da próxima vez segure o cachorro com mais firmeza - ele sai rindo.
     Gabriela não podia acreditar no que estava acontecendo, "que droga, hoje é meu dia", ela pensava. Ela se assustou mais ainda com a atitude que tomou quando viu Vitor saindo e dando tchau, ela levantou a mão e acenou para ele, da forma mais natural, quando se da conta do que estava fazendo, ela abaixa a mão rápido e fica vermelha, e volta a caminhar com Tob. Durante a caminhada Gabriela só pensava em Vitor, e isso aborrecia ela muito...

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