Ao chegar em casa, Gabriela se depara com a mãe sentada no sofá, dando a entender que estava esperando ela. Ela examinou Gabriela dos pés a cabeça e disse.
- Me desculpe filha, mas eu comprei coisas novas para você, estão em cima da cama, e se você não começar a usar, igual nas outras vezes, eu vou tacas fogo nas suas roupas antigas. Você tem que se arrumar melhor minha filha, você é tão desajeitada, se você quiser, a mãe pode te ajudar. - ela continuava falando, mas Gabriela nem escutava mais.
Gabriela mal podia acreditar que agora não podia nem mais se vestir como queria... Sua vida estava de pernas pra cima. Ela só não acreditava que estava um inferno pois sabia que seu pai não estava incomodando naquele momento... Mas passou a acreditar que estava sim um inferno no momento que olhou pela janela, e lá estava seu pai, deitado na calçada.
Ronaldo, o pai de Gabriela, sempre foi um cara muito alegre, mas depois que sua mulher pegou ele traindo ela, e se separou, ele caiu em uma depressão profunda, e só o que confortava ele era a bebida, depois disso sua vida começou a piorar cada vez mais. Gabriela não queria acreditar no que estava acontecendo, seu pai, dormindo na calçada como um mendigo.
Por mais que Gabriela queria seu pai longe dela, ela não podia deixa-lo lá na rua com aquelas roupas curtas no vento gelado e ao sereno... Gabriela desceu as escadas com a roupa que estava deixando sua mãe muito brava:
- Gabriela, aonde é que você vai? - ela praticamente berra, mas Gabriela sai correndo para buscar o pai.
Vanessa, que era como sua mãe se chamava, foi até a porta, e viu toda a cena. Gabriela tentava acordar o pai com batidas leves no rosto dele, Ronaldo acorda mas não consegue se levantar de tão bêbado que estava. Gabriela chamou sua mãe, mas ela parecia estar desligada do mundo, Gabriela berrou até sua mãe escutar e vir ajudar. Cada uma pegou num braço de Ronaldo e colocaram ele no sofá... Agora já estava tarde, então resolveram deixar Ronaldo dormir esta noite na casa de Vanessa, no sofá.
Vanessa estava cansada, ela dizia que era uma terapia sair para fazer compras, mas que voltava "e-xaus-ta", como ela dizia... Então sua mãe entrou no quarto, tomou seu seu banho relaxante na banheira, e dormiu.
Gabriela entrou no seu quarto, tomou banho, sentou na cadeira do computador, e ficou olhando as roupas que sua mãe teria comprado... Ela então começou a provar as roupas e a entrar em sites para ver como estava uma "moda" que combinasse mais com a cara dela, talvez depois disso, ela começasse a se descobrir mais, descobrir como gostava das coisas, do seu corpo, e dela mesma. Na mesma noite ela fez uma hidratação no cabelo, e ficou até á uma hora da manhã pesquisando essas coisas.
Ao acordar, Gabriela toma banho, arruma seu cabelo, coloca uma das roupas que sua mãe tinha comprado. Ela vestiu sua blusa do colégio, tênis all star preto, calça jeans meio clara, brincos e outros acessórios combinando e um itpo de jaquetinha florida por cima. Ela até que se sentiu bem com essa roupa, não ficou muito chamativa.
Gabriela passou pela cozinha e seu pai ainda estava dormindo no sofá, ela pega uma maçã e sai para pegar o ônibus. Chegando no ônibus, Gabriela já percebe que estava chamando atenção, não suas roupas, e sim por estar diferente, com atitudes diferentes.
Chegando no colégio ela aperta os livros no teu corpo como se estivesse faltando alguma coisa para ela, talvez ela estava com vergonha, mas tinha se arrependido um pouco, mas seguiu em frente. Logo no começo algumas garotas, as que mais reparavam, já olhavam torto para Gabriela, mas ela nem tava se importando, na verdade ela só olhava pra frente. Cabelos soltos, eles voavam, andava meio insegura, mas continuava andando até chegar no armário...

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